terça-feira, 26 de julho de 2016

Alternância entre fontes

Após ter sido aprovado e nomeado para os cargos de Técnico de Tecnologia da Informação da UFRN Natal/Macaíba e da UFRN Santa Cruz, bem como para o cargo de Técnico de Informática do DCTA/CLBI, 3 cargos federais de nível médio com proventos semelhantes, passei a almejar subir um degrau nesta escadaria concurseira.

A prova do DCTA ocorreu no fim do ano de 2009, e após isto passei 4 anos tentando aprovação em concursos federais de nível superior do Poder Executivo e de nível médio do Poder Judiciário, sempre em cidades nordestinas. Foram elas Natal, João Pessoa, Campina Grande, Maceió, Fortaleza e Acarapé.

Nesta lacuna, cheguei a desanimar após o 3º ano de tentativas frustradas. Então, no fim do ano de 2013, o surgimento de uma série de concursos para a área de Tecnologia da Informação no Nordeste e minha necessidade de pagamento de dívidas bancárias me deram uma nova motivação. Foquei bastante e ajustei a forma como eu estudava.

O primeiro desta série de concursos foi para o cargo de Analista de Infraestrutura e Tecnologia da Informação da UFC, que dispunha de 3 vagas. Fiquei na 4ª colocação, sendo convocado posteriormente e tendo recusado a vaga por e-mail. Antes deste concurso eu não me importava em estudar através de autores consagrados da minha área. Passei a dar atenção a estes, começando pelo livro Redes de Computadores, do autor Andrew Tanenbaum, referência no assunto TCP/IP. Para o assunto Linux, procurei ler o livro Servidores Linux - Guia Prático, do autor Carlos Morimoto, além de conferir detalhadamente os arquivos de configuração dos serviços de rede os quais eu mesmo havia configurado na BCZM/UFRN, quando lá desempenhava meu labor. Para o assunto Windows Server, assisti as videoaulas gratuitas da própria comunidade Microsoft, no curso Instalando e Configurando o Windows Server 2012 R2, disponível no site Microsoft Virtual Academy. Sobre o assunto Datacenter, li parte do livro Datacenter - Componente Central da Infraestrutura de TI, do autor Manoel Veras. É comum eu não estudar Língua Portuguesa, pois a repetitividade nos concursos nos torna bons o suficiente para deixar esta disciplina de lado e focar no restante, mas como havia passado quase 1 ano e meio desde o concurso anterior, revisei através da Gramática Reflexiva, dos autores William Cereja e Thereza Cochar, uma gramática bem objetiva para quem já tem nível razoável e quer estudar em menor tempo. Todos estes livros estavam disponíveis no Sistema de Bibliotecas da UFRN. Para outros assuntos muito específicos, eu procurei fontes na Internet, como Google, Scribd e Slideshare.

O segundo concurso, ocorrendo 2 meses após o primeiro, foi para o cargo de Tecnólogo de Redes de Computadores do IFPB, dispondo de 2 vagas. Fiquei em 2º lugar, tendo assumido o cargo e exercido por 4 meses. Foi neste concurso que decidi alternar as fontes de informação. Não me fazia sentido ler novamente o Tanenbaum, por melhor que o livro dele fosse. Idem para os outros autores lidos. Achei que seria melhor os substituir, pois a linguagem de um complementaria a linguagem do outro. Então para o assunto TCP/IP passei a estudar Interligação de Redes com TCP/IP, do escritor Douglas Comer, um excelente livro. Sobre o tema Linux, utilizei o livro Linux - Guia do Administrador do Sistema, de Rubem Ferreira. Este é mais detalhado que o livro do Morimoto. No assunto Windows Server, optei por buscar no YouTube cada tópico requerido no edital. O YouTube é uma ótima fonte de conhecimento técnico e prático. Além do conhecimento específico, este concurso previa as disciplinas de Língua Portuguesa e Legislação do Serviço Público Federal. Estudei Português através do site Brasil Escola. Já sobre Legislação, variei entre textos completos das leis federais necessárias, o que pode ser encontrado no Google, e videoaulas do canal Saber Direito no YouTube, um excelente canal, gratuito, mantido pela TV Justiça.

Após estes, ainda houve outros 2 concursos na sequência: para o cargo de Analista de Telecomunicações na EBSERH/MEJC, que dispunha de 1 vaga, no qual fiquei em 9º, e para o cargo de Tecnólogo de Tecnologia da Informação no IFRN, dispondo de 2 vagas, no qual obtive a 2ª colocação, assumindo o cargo e exercendo-o desde minha saída do IFPB até os dias de hoje. Nestes concursos mantive a estratégia de alternância entre as fontes dos conteúdos necessários, mas como já eram o 3º e o 4º concursos, acabei repetindo alguns autores, igualando autores do 1º com o 3º concurso e do 2º com o 4º, por exemplo. Complementando as opções de estudo, cheguei a estudar configuração de serviços do Linux através do YouTube, e fundamentos de Redes de Computadores através do livro Comunicação de Dados e Redes de Computadores, do autor Behrouz Forouzan, outro ótimo livro.

Toda esta alternância mencionada é para a leitura de textos e a expectação de vídeos, ou seja, o estudo de absorção. Então fica faltando a verificação desta absorção de conhecimento, que ocorre através da resolução de questões, o que discorro em outro capítulo.

sexta-feira, 22 de março de 2013

Regência verbal


O estudo da regência verbal nos ajuda a escrever melhor. Quanto à regência verbal, os verbos podem ser:

- Transitivo direto
- Transitivo indireto
- Transitivo direto e indireto
- Intransitivo

ASPIRAR

O verbo aspirar pode ser transitivo direto ou transitivo indireto.

Transitivo direto: quando significa “sorver”, “tragar”, “inspirar” e exige complemento sem preposição.

- Ela aspirou o aroma das flores.
- Todos nós gostamos de aspirar o ar do campo.

Transitivo indireto: quando significa “pretender”, “desejar”, “almejar” e exige complemento com a preposição “a”.

- O candidato aspirava a uma posição de destaque.
- Ela sempre aspirou a esse emprego.

Obs: Quando é transitivo indireto não admite a substituição pelos pronomes lhe(s). Devemos substituir por “a ele(s)”, “a ela(s)”.

- Aspiras a este cargo?
- Sim, aspiro a ele. (e não “aspiro-lhe”).

ASSISTIR

O verbo assistir pode ser transitivo indireto, transitivo direto e intransitivo.

Transitivo indireto: quando significa “ver”, “presenciar”, “caber”, “pertencer” e exige complemento com a preposição “a”.

- Assisti a um filme. (ver)
- Ele assistiu ao jogo.
- Este direito assiste aos alunos. (caber)

Transitivo direto: quando significa “socorrer”, “ajudar” e exige complemento sem preposição.

- O médico assiste o ferido. (cuida)

Obs: Nesse caso o verbo “assistir” pode ser usado com a preposição “a”.

- Assistir ao paciente.

Intransitivo: quando significa “morar” exige a preposição “em”.

- O papa assiste no Vaticano. (no: em + o)
- Eu assisto no Rio de Janeiro.

“No Vaticano” e “no Rio de Janeiro” são adjuntos adverbiais de lugar.

CHAMAR

O verbo chamar pode ser transitivo direto ou transitivo indireto.

É transitivo direto quando significa “convocar”, “fazer vir” e exige complemento sem preposição.

- O professor chamou o aluno.

É transitivo indireto quando significa “invocar” e é usado com a preposição “por”.

- Ela chamava por Jesus.

Com o sentido de “apelidar” pode exigir ou não a preposição, ou seja, pode ser transitivo direto ou transitivo indireto.

Admite as seguintes construções:

- Chamei Pedro de bobo. (chamei-o de bobo)
- Chamei a Pedro de bobo. (chamei-lhe de bobo)
- Chamei Pedro bobo. (chamei-o bobo)
- Chamei a Pedro bobo. (chamei-lhe bobo)

VISAR

Pode ser transitivo direto (sem preposição) ou transitivo indireto (com preposição).
Quando significa “dar visto” e “mirar” é transitivo direto.

- O funcionário já visou todos os cheques. (dar visto)
- O arqueiro visou o alvo e atirou. (mirar)

Quando significa “desejar”, “almejar”, “pretender”, “ter em vista” é transitivo indireto e exige a preposição “a”.

- Muitos visavam ao cargo.
- Ele visa ao poder.

Nesse caso não admite o pronome lhe(s) e deverá ser substituído por a ele(s), a ela(s). Ou seja, não se diz: viso-lhe.

Obs: Quando o verbo “visar” é seguido por um infinitivo, a preposição é geralmente omitida.

- Ele visava atingir o posto de comando.

ESQUECER – LEMBRAR

- Lembrar algo - esquecer algo
- Lembrar-se de algo - esquecer-se de algo (pronominal)

No 1º caso, os verbos são transitivos diretos, ou seja exigem complemento sem preposição.

- Ele esqueceu o livro.

No 2º caso, os verbos são pronominais (-se, -me, etc) e exigem complemento com a preposição “de”. São, portanto, transitivos indiretos.

- Ele se esqueceu do caderno.
- Eu me esqueci da chave.
- Eles se esqueceram da prova.
- Nós nos lembramos de tudo o que aconteceu.

Há uma construção em que a coisa esquecida ou lembrada passa a funcionar como sujeito e o verbo sofre leve alteração de sentido. É uma construção muito rara na língua contemporânea , porém, é fácil encontrá-la em textos clássicos tanto brasileiros como portugueses. Machado de Assis, por exemplo, fez uso dessa construção várias vezes.

- Esqueceu-me a tragédia. (cair no esquecimento)
- Lembrou-me a festa. (vir à lembrança)

O verbo lembrar também pode ser transitivo direto e indireto (lembrar alguma coisa a alguém ou alguém de alguma coisa).

PREFERIR

É transitivo direto e indireto, ou seja, possui um objeto direto (complemento sem preposição) e um objeto indireto (complemento com preposição)

- Prefiro cinema a teatro.
- Prefiro passear a ver TV.

Não é correto dizer: “Prefiro cinema do que teatro”.

SIMPATIZAR

Ambos são transitivos indiretos e exigem a preposição “com”.

- Não simpatizei com os jurados.

QUERER

Pode ser transitivo direto (no sentido de “desejar”) ou transitivo indireto ( no sentido de “ter afeto”, “estimar”).

- A criança quer sorvete.
- Quero a meus pais.

NAMORAR

É transitivo direto, ou seja, não admite preposição.

- Maria namora João.

Obs: Não é correto dizer: “Maria namora com João”.

OBEDECER

É transitivo indireto, ou seja, exige complemento com a preposição “a” (obedecer a).

- Devemos obedecer aos pais.

Obs: embora seja transitivo indireto, esse verbo pode ser usado na voz passiva.

- A fila não foi obedecida.

VER

É transitivo direto, ou seja, não exige preposição.

- Ele viu o filme.

Regência nominal

Em gramática tradicional, regência é a relação sintática que se estabelece entre um termo regente ou subordinante (que exige outro) e o termo regido ou subordinado (regido pelo primeiro termo).

Nesse sentido, quando o termo regente é um verbo, a regência é verbal; quando é um nome, a regência é nominal.

Regência e uso

O conhecimento da regência correta (isto é, da regência que segue a gramática normativa, aquela gramática que prescreve o que se deve e o que não se deve usar na língua) de cada verbo e de cada nome é função, atividade natural, do uso. Ou seja, cada falante conhece a regência dos verbos e dos nomes que fazem parte do seu repertório usual.

Ocorre que o falante pode desconhecer certas regências, que estão de acordo com a norma-padrão, pelo fato de elas não fazerem parte de sua performance linguística. Isso acarretará em certos usos condenados pela prescrição das gramáticas normativas.

Regência nominal

A regência nominal estuda os casos em que nomes (substantivos, adjetivos e advérbios) exigem uma outra palavra para lhes completar o sentido. Em geral, a relação entre um nome e o seu complemento é estabelecida por uma preposição.

Alguns nomes e as preposições que mais comumente eles exigem:

Mais alguns nomes e as preposições que comumente eles exigem:

- acessível, adequado, desfavorável, equivalente, insensível, obediente: a
- capaz, incapaz, digno, indigno, passível, contemporâneo: de
- amoroso, compatível, cruel, cuidadoso, descontente: com
- entendido, indeciso, lento, morador, hábil: em
- inútil, incapaz, bom: para
- responsável: por

quinta-feira, 21 de março de 2013

Conjunções


Conjunção é a palavra invariável que liga duas orações ou dois termos semelhantes de uma mesma oração.

CLASSIFICAÇÃO

- Conjunções Coordenativas
- Conjunções Subordinativas

CONJUNÇÕES COORDENATIVAS

Dividem-se em:

ADITIVAS

Expressam a idéia de adição, soma.

Observe os exemplos:

- Ela foi ao cinema e ao teatro.
- Minha amiga é dona-de-casa e professora.
- Eu reuni a família e preparei uma surpresa.
- Ele não só emprestou o joguinho como também me ensinou a jogar.

Principais conjunções aditivas: e, nem, não só…mas também, não só…como também.

ADVERSATIVAS

Expressam idéias contrárias, de oposição, de compensação. Exemplos:

- Tentei chegar na hora, porém me atrasei.
- Ela trabalha muito mas ganha pouco.
- Não ganhei o prêmio, no entanto dei o melhor de mim.
- Não vi meu sobrinho crescer, no entanto está um homem.

Principais conjunções adversativas: mas, porém, contudo, todavia, no entanto, entretanto.

ALTERNATIVAS

Expressam idéia de alternância.

- Ou você sai do telefone ou eu vendo o aparelho.
- Minha cachorra ora late ora dorme.
- Vou ao cinema quer faça sol quer chova.

Principais conjunções alternativas: Ou…ou, ora…ora, quer…quer, já…já.

CONCLUSIVAS

Servem para dar conclusões às orações. Exemplos:

- Estudei muito por isso mereço passar.
- Estava preparada para a prova, portanto não fiquei nervosa.
- Você me ajudou muito; terá, pois sempre a minha gratidão.

Principais conjunções conclusivas: logo, por isso, pois (depois do verbo), portanto, por conseguinte, assim.

EXPLICATIVAS

Explicam, dão um motivo ou razão:

- É melhor colocar o casaco porque está fazendo muito frio lá fora.
- Não demore, que o seu programa favorito vai começar.

Principais conjunções explicativas: que, porque, pois (antes do verbo), porquanto.

CLASSIFICAÇÃO DAS CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS

CAUSAIS

Principais conjunções causais: porque, visto que, já que, uma vez que, como (= porque). Exemplos:

- Não pude comprar o CD porque estava em falta.
- Ele não fez o trabalho porque não tem livro.
- Como não sabe dirigir, vendeu o carro que ganhou no sorteio.

COMPARATIVAS

Principais conjunções comparativas: que, do que, tão…quanto, mais…do que, menos…do que.

- Ela fala mais do que um papagaio.

CONCESSIVAS

Principais conjunções concessivas: embora, ainda que, mesmo que, apesar de, se bem que.

Indicam uma concessão, admitem uma contradição, um fato inesperado.Traz em si uma ideia de “apesar de”.

- Embora estivesse cansada, fui ao shopping. (= apesar de estar cansada)
- Apesar de ter chovido fui ao cinema.

CONFORMATIVAS

Principais conjunções conformativas: como, segundo, conforme, consoante.

- Cada um colhe conforme semeia.
- Segundo me disseram a casa é esta.

Expressam uma ideia de acordo, concordância, conformidade.

CONSECUTIVAS

Expressam uma ideia de consequência.

Principais conjunções consecutivas: que (após “tal”, “tanto”, “tão”, “tamanho”).

- Falou tanto que ficou rouco.
- Estava tão feliz que desmaiou.

FINAIS

Expressam ideia de finalidade, objetivo.

- Todos trabalham para que possam sobreviver.
- Viemos aqui para que vocês ficassem felizes.

Principais conjunções finais: para que, a fim de que, porque (=para que),

PROPORCIONAIS

Principais conjunções proporcionais: à medida que, quanto mais, ao passo que, à proporção que.

- À medida que as horas passavam, mais sono ele tinha.
- Quanto mais ela estudava, mais feliz seus pais ficavam.

TEMPORAIS

Principais conjunções temporais: quando, enquanto, logo que.

- Quando eu sair, vou passar na locadora.
- Chegamos em casa assim que começou a chover.
- Mal chegamos e a chuva desabou.

Obs: Mal é conjunção subordinativa temporal quando equivale a “logo que”.

O conjunto de duas ou mais palavras com valor de conjunção chama-se locução conjuntiva.

Exemplos: ainda que, se bem que, visto que, contanto que, à proporção que.

Algumas pessoas confundem as circunstâncias de causa e consequência. Realmente, às vezes, fica difícil diferenciá-las.

Observe os exemplos:
- Correram tanto, que ficaram cansados.

“Que ficaram cansados” aconteceu depois deles terem corrido, logo é uma consequência.
Ficaram cansados porque correram muito.

“Porque correram muito” aconteceu antes deles ficarem cansados, logo é uma causa.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Regência nominal

Regência Nominal é o nome da relação entre um substantivo, adjetivo ou advérbio transitivo e seu respectivo complemento nominal. Essa relação é intermediada por uma preposição.

No estudo da regência nominal, deve-se levar em conta que muitos nomes seguem exatamente o mesmo regime dos verbos correspondentes.

Conhecer o regime de um verbo significa, nesses casos, conhecer o regime dos nomes cognatos.

- alheio a, de                                     - liberal com
- ambicioso de                                  - apto a, para      
- análogo a                                        - grato a
- bacharel em                                    - indeciso em
- capacidade de, para                        - natural de
- contemporâneo a, de                      - nocivo a
- contíguo a                                       - paralelo a
- curioso a, de                                   - propício a
- falto de                                           - sensível a
- incompatível com                          - próximo a, de
- inepto para                                     - satisfeito com, de, em, por
- misericordioso com, para com      - suspeito de
- preferível a                                    - longe de
- propenso a, para                            - perto de
- hábil em

Exemplos:

Está alheio a tudo.
Está apto ao trabalho.
Gente ávida por dominar.
Contemporâneo da Revolução Francesa.
É coisa curiosa de ver.
Homem inepto para a matemática.
Era propenso ao magistério.

Regência verbal

A regência de um verbo é determinada pela relação do mesmo com seu complemento. Logo, o verbo é o termo regente e o complemento é o termo regido. Exemplos:

Joana assistiu um paciente no hospital onde trabalha.
Joana assistiu ao jogo da seleção brasileira.


Observe que na primeira oração o verbo assistir é transitivo direto, ou seja, exige complemento (objeto direto) e tem significado aproximado de “prestar assistência”. Já na segunda oração o verbo “assistir” é transitivo indireto, ou seja, exige complemento, porém precedido de preposição e significa “ver”.

Reger é determinar a flexão de um termo, que neste caso é o complemento, já que o verbo é o termo regente.

Há uma dependência sintática entre regente (verbo) e termo regido (complemento), uma vez que o último completa o sentido do primeiro. Veja:

Joana comprou uma bolsa para Jussara.

O verbo “comprou” é transitivo direto e pede um complemento: Joana comprou o que? Uma bolsa (termo regido), para quem? Para Jussara (objeto indireto: precedido da preposição “para”).

Os pronomes pessoais oblíquos o, a, os, as e suas variações la, lo, los, las, no, na, nos, nas são objetos diretos. Já os pronomes lhe, lhes são objetos indiretos. Exemplos:

Joana disse que iria comprá-la.
Joana disse que iria comprar. Comprar o quê? La (algo, um objeto, o qual pode ser uma bolsa, uma blusa, etc).
Joana lhe explicou por que não era para comprar.
Joana explicou. Explicou o quê? O motivo pelo qual não era para comprar. Explicou para quem? Lhe (para você: objeto indireto precedido de preposição). 

Omissão dos complementos nos casos de regência 

A omissão dos complementos nos casos de regência se manifesta no intuito de evitar repetições.

A omissão dos complementos nos casos de regência representa mais uma particularidade linguística da qual devemos ter conhecimento. Dada essa realidade, a partir de agora estabeleceremos familiaridade com o assunto.

A omissão de termos se manifesta no intuito de evitar possíveis repetições, tornando o discurso ainda mais claro e preciso. Em se tratando do contexto ao qual fazemos referência, nada de diferente ocorre, levando em consideração os complementos verbais e nominais. No que se refere a estes últimos, analisemos o seguinte enunciado:

Respeito e obediência aos mais velhos.
Constatamos que o complemento “aos mais velhos” foi nitidamente omitido. Concorda? Sim, pois na intenção de deixar o discurso repetitivo, poderíamos optar pela seguinte enunciação: respeito aos mais velhos e obediência aos mais velhos.

Dessa forma, houve a possibilidade de usarmos tal recurso (a omissão), visto que os substantivos “respeito e obediência” possuem a mesma regência.

Pode-se dizer que o mesmo ocorre em se tratando de complementos verbais. Analisemos, pois, outro enunciado:

Li e devolvi a revista.

Li a revista e devolvi a revista. Ora, por que não dizer apenas:

Li a revista e devolvi-a.

Constatamos que o recurso se manifestou, visto que, semelhantemente ao caso anterior, ambos os verbos obedecem à mesma regência, ou seja, são transitivos diretos. 

Peculiaridades do verbo lembrar 

As peculiaridades do verbo lembrar são demarcadas, entre outros aspectos, pela regência, a qual o faz configurar como transitivo direto e transitivo indireto.

As peculiaridades são marcas, traços característicos, os quais se referem a algo ou a alguém. E quando esse assunto se relaciona aos verbos, percebemos que o ajuste se dá de forma ainda mais efetiva, visto que tal classe é norteada por uma complexidade significativa no que tange a vários aspectos, dentre eles a regência. 

Regência essa demarcada pela relação que se estabelece entre o verbo e seus respectivos complementos, levando em consideração o contexto em que esse verbo se encontrar inserido. Assim, exatamente em função de tal contexto, constataremos a presença ou não da preposição, ou seja, se transitivos diretos ou indiretos.

Dada essa realidade, elegemos, pois, o verbo lembrar - representando o fato em questão. Mesmo porque, cotidianamente fazemos uso dele, e nada melhor do que estarmos cientes dos pontos que o demarcam. Partindo desse princípio, vejamos:

No sentido de vir à memória, ora configurando um ato extremamente involuntário de nossa parte, muitos não sabem, mas o correto é empregarmos a forma pronominal. Importante também é sabermos que tal pressuposto também se aplica ao verbo esquecer. Observe:

Eu não me lembro de ter visitado aquele lugar.
Nunca me esquecerei dos momentos felizes que passamos aqui.


Constatamos que por se tratar de um verbo pronominal, o complemento que a ele se refere sempre é regido por uma preposição – fato que o faz ser concebido como transitivo indireto. No exemplo em pauta, as preposições se revelam por “de” e “dos”.

Tal ocorrência também pode ser constatada quando o complemento é demarcado por um verbo no infinitivo, como em:

Ele não se lembrou de entregar a documentação exigida. (primeira conjugação)

Não se esqueça de trazer a encomenda solicitada. (segunda conjugação)


Partamos agora para outros contextos, nos quais o verbo em questão assumirá a condição de transitivo direto, dispensando assim o uso da preposição. Note:

Aquela senhora lembra uma antiga professora. (sentido de ser parecida com alguém)

Tudo aqui lembra minha esposa. (sentido de trazer à memória a figura de alguém)


Por fim, é importante lembrarmos de que quando o sentido se referir a “informar”, “advertir” ou “prevenir”, a construção se dará  com o objeto direto de pessoa (demarcado pelos pronomes oblíquos o, a, os as) e com o indireto de assunto (demarcado pela preposição de). Assim, nada mais conveniente que expressarmos com base no exemplo em evidência:

Lembrou-a de que deveria comparecer à reunião.   

Lembrou quem? Ela (a)
De quê? De que deveria comparecer à reunião. 

Regência de verbos com sentido de movimento ou estático 

A regência de verbos com sentido de movimento ou estático se dá por meio de preposições distintas: os verbos de movimento regem a preposição “a”, enquanto os verbos estáticos regem a preposição “em”.

Os estudos sintáticos nos permitem compreender como se dão as relações que as palavras desempenham quando inseridas num contexto linguístico. Sendo assim, se falamos acerca da regência de verbos com sentido de movimento ou estático, estamos nos referindo, pois, à relação que tais verbos estabelecem com os complementos que os sucedem.

Nesse sentido, de forma a ampliar nossa competência linguística, tendo em vista a variedade padrão, ocupemo-nos em analisar alguns pressupostos relacionados a esse assunto. Assim, vejamos:

Os verbos que indicam movimento, expressos por “chegar, ir, voltar”, entre outros, sempre regem a preposição “a”. Desse modo, vejamos alguns exemplos nos quais constatamos tal ocorrência:

Duas vezes depois, voltamos ao teatro.

Chegamos ao parque já com alguns minutos de atraso.

Fui ao colégio para me despedir da turma.


Aqueles verbos que indicam sentido estático, como os representados por “morar, residir, ficar”, entre outros, regem a preposição “em”. Analisemos, então, alguns casos:

Moramos na Avenida dos Alpes.

Meus primos residem em Fortaleza, onde sempre passamos as férias.

Ficamos em casa, estudando para as avaliações.
 

Alguns verbos que causam dúvidas 

Há alguns verbos que geram dúvidas quanto à sua regência. A regência desses verbos implica em mudança de sentidos nas frases. Estudar a regência verbal dos casos especiais de regência é importante para termos uma correta interpretação do que nos dizem ou do que lemos. Veja a explicação dos verbos mais usados na língua, mas que causam equívocos quanto à regência:

• Agradar: transitivo direto ou indireto
Objeto direto: fazer carinhos. Exemplo: Agrada a esposa todo aniversário.

Objeto indireto: ser agradável: Exemplo: Seu discurso não agrada ao país.

• Aspirar: transitivo direto ou indireto
Objeto direto: inspirar o ar. Exemplo: Aspirei um aroma muito bom agora.

Objeto indireto: desejar, ter ambição. Exemplo: Aspiro ao cargo de prefeito.

• Assistir: transitivo direto, indireto ou intransitivo
Objeto direto ou indireto. auxiliar, prestar ajuda. Exemplos: O médico assiste o paciente nesse horário./ O médico assiste ao paciente nesse horário.

Objeto indireto: ver, presenciar. Exemplo: Assistimos à peça teatral.

Objeto indireto: pertencer, caber. Exemplo: Esse plantão assiste ao novo porteiro.

Intransitivo: morar, residir. Exemplo: A alegria e a humildade assistem em pessoas de princípios.

• Chamar: transitivo direto ou indireto
Objeto direto: mandar vir, solicitar a presença. Exemplo: A professora chamou os alunos. Quando regido da preposição por: Exemplo: Ela chamou por mim.

Objeto indireto: chamar pelo nome, apelidar. Exemplos: Chamaram a menina de balão. Chamaram-na de balão. Chamaram a menina balão. Chamaram-na balão. Chamaram à menina de balão. Chamaram-lhe balão. Chamaram à menina balão.

• Implicar: transitivo direto ou indireto
Objeto Indireto: acarretar, provocar. Exemplo: A sua desobediência implicará em  consequências.

Objeto direto: dar a entender, pressupor. Exemplo: Sua obediência implicará  bons resultados, como: experiência e maturidade.

Objeto direto e indireto: comprometer, envolver. Exemplo: Implicaram o presidente da república com embasamento em seu discurso.

Objeto indireto: antipatizar. Exemplo: Joana implicava com  sua colega de sala.

• Precisar: transitivo direto e indireto
Objeto direto: indicar com precisão. Exemplo: O policial precisou o lugar do crime.

Objeto indireto: necessitar seguido da preposição de: Exemplo: Joana precisa de sua ajuda.

• Querer: transitivo direto ou indireto
Objeto direto: desejar, permitir. Exemplo: Quero pedir-lhe desculpas.

Objeto indireto com a preposição “a”: gostar, ter afeto. Exemplo: Quero muito bem aos meus familiares.

• Reparar: transitivo direto ou transitivo indireto
Objeto direto: consertar. Exemplo: Vou chamar o técnico para que repare nossa televisão.

Objeto indireto seguido de preposição “em”: prestar atenção: Exemplo: Ele reparou na (em+a) cor do cabelo da menina.

• Visar: transitivo direto ou indireto
Objeto direto: mirar, apontar, pôr visto: Exemplo: O arqueiro visou o centro do seu alvo e acertou.

Objeto indireto (complemento precedido de preposição “a”): ter em vista, ter por objetivo. Exemplo: As novas medidas na empresa visam ao bem-estar geral.

Relação entre as preposições e a regência verbal 

Mediante os pressupostos apresentados pelos fatos linguísticos, constatamos que entre as preposições e os fatos linguísticos há uma estreita relação.

Discutir acerca dos fatos que norteiam a língua é sempre proveitoso, dado o aprimoramento de nossa competência linguística. Razão esta que nos conduz a mais um deles, desta feita entrando em cena...
“Relações entre as preposições e a regência verbal”

Trata-se de um episódio linguístico cujos atores, como já deu para perceber, são representados pelas preposições e pela regência verbal: representando cenas da vida cotidiana. Por que “da vida cotidiana”? Porque o fato, a ocorrência, faz-se presente em nossas comunicações cotidianas e, como tal, precisamos estar atentos a alguns detalhes, os quais não podem jamais passar em branco.

Não é preciso ir muito além para compreender que a regência verbal nada mais é do que a relação estabelecida entre os verbos e seus respectivos complementos. Entre essa relação há aqueles que indispensavelmente requerem o uso das preposições. Partindo desse princípio, sobretudo apoiando-nos em alguns exemplos, certifiquemo-nos de algumas informações:

Esse é o livro que todos precisavam.
Ora, quem precisa, precisa de algo. Assim, reformulando o discurso, obtemos:
Esse é o livro de que todos (ou do qual) precisavam.

Aquele é o único amigo que confio.
Como, se quando confiamos, confiamos sempre em alguém? Ou seja, o correto seria:
Aquele é o único amigo em (ou no qual) que confio.

Esta é a ideia que me refiro.
Você faz referência a algo, não é verdade? Logo, cuide-se para que tal discurso seja expresso da seguinte forma:
Esta é a ideia a que me refiro.
Perdemos o professor que os alunos mais gostavam.
Onde estás tu, querida preposição? Se gostamos, gostamos de alguém. Ou seja:
Perdemos o professor de quem os alunos mais gostavam.

Esses, entre tantos outros, representam os muitos exemplos onde se demarca a estreita relação que há entre as preposições e a regência verbal.

Paráfrase e paródia

Antes de começarmos a entender sobre a maneira pela qual se conceituam estes termos, é importante lembrarmos sobre a questão da intertextualidade.

A intertextualidade se dá através do diálogo estabelecido entre dois textos. Mas de que forma isso acontece? Um exemplo bem simples é o título de uma redação, pois o “assunto” a ser discutido intertextualiza com nossas ideias, nosso conhecimento de mundo, ou seja, ninguém escreve ou fala sobre aquilo do qual não conhece ou não ouviu falar.

Podemos tecer um texto intertextualizando uma música, uma pintura, uma reportagem publicada em um jornal, um assunto polêmico que circula na mídia, e muitos outros. Agora começaremos a entender mais sobre a paródia e paráfrase, que também são formas de intertextualização.

A paráfrase origina-se do grego “para-phrasis” (repetição de uma sentença). Assim, parafrasear um texto, significa recriá-lo com outras palavras, porém sua essência, seu conteúdo permanecem inalterados. Vejamos dois exemplos a seguir:

Texto Original

Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá,
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá.
(Gonçalves Dias, “Canção do exílio”).


Paráfrase

Meus olhos brasileiros se fecham saudosos
Minha boca procura a ‘Canção do Exílio’.
Como era mesmo a ‘Canção do Exílio’?
Eu tão esquecido de minha terra…
Ai terra que tem palmeiras
Onde canta o sabiá!
(Carlos Drummond de Andrade, “Europa, França e Bahia”)


Podemos notar que o poeta modernista Carlos Drummond de Andrade faz somente uma recriação daquilo que Gonçalves Dias já havia criado na era romântica. Já a paródia é um exemplo de recriação baseada em um caráter contestador, às vezes até utilizando-se de uma certa dose de ironia e sarcasmo. Este recurso foi muito utilizado pelos poetas modernistas com o objetivo de criticar os “moldes” de outras escolas literárias. Para exemplificar temos:

Minha terra tem palmares
onde gorjeia o mar
os passarinhos daqui
não cantam como os de lá.
(Oswald de Andrade, “Canto de regresso à pátria”).

Polissemia

Consideremos as seguintes frases:

Paula tem uma mão para cozinhar que dá inveja!
Vamos! Coloque logo a mão na massa!
As crianças estão com as mãos sujas.
Passaram a mão na minha bolsa e nem percebi.


Chegamos à conclusão de que se trata de palavras idênticas no que se refere à grafia, mas será que possuem o mesmo significado? Existe uma parte da gramática normativa denominada Semântica. Ela trabalha a questão dos diferentes significados que uma mesma palavra apresenta de acordo com o contexto em que se insere.

Tomando como exemplo as frases já mencionadas, analisaremos os vocábulos de mesma grafia, de acordo com seu sentido denotativo, isto é, aquele retratado pelo dicionário.

Na primeira, a palavra “mão” significa habilidade, eficiência diante do ato praticado. Nas outras que seguem o significado é de: participação, interação mediante a uma tarefa realizada; mão como parte do corpo humano e por último, simboliza o roubo, visto de maneira pejorativa.

Reportando-nos ao conceito de Polissemia, logo percebemos que o prefixo “poli” significa multiplicidade de algo. Possibilidades de várias interpretações levando-se em consideração as situações de aplicabilidade.

Há uma infinidade de outros exemplos em que podemos verificar a ocorrência da polissemia, como por exemplo:

O rapaz é um tremendo gato.
O gato do vizinho é peralta.
Precisei fazer um gato para que a energia voltasse.

Pedro costuma fazer alguns “bicos” para garantir sua sobrevivência
O passarinho foi atingido no bico.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Fatos contábeis

Distinguimos na contabilidade, uma parte teórica e uma prática. A primeira é de fixação de princípios e preceitos, de análise e interpretação de fatos, de estabelecimento de relações de causa e efeito e de previsão para futuros acontecimentos, é a contabilidade científica. A parte prática, da execução do registro dos acontecimentos, é a técnica através da qual a contabilidade atinge seu objetivo, que é estudar e controlar o patrimônio e fornecer as informações sobre seu estado e suas variações. Essa técnica chama-se escrituração.

A escrituração pode ser definida como o registro dos fatos contábeis, segundo os princípios de normas técnico-contábeis, tendo em vista demonstrar a situação econômico-patrimonial da entidade e os resultados econômicos por ela obtidos em um exercício.

O lançamento é o registro de um fato contábil. O conjunto dos lançamentos, que chamamos de escrituração contábil, pode ser feito de várias maneiras, de acordo com os métodos adotados.

Fatos contábeis

Fatos contábeis são ocorrências que se registram no patrimônio, trazendo-lhe variações específicas ou quantitativas. São todos os acontecimentos suscetíveis de registro, ou contabilização, daí a designação de contábeis.

Nem sempre alteram a situação líquida do patrimônio. Algumas vezes essas ocorrências constituem mera permutação entre as espécies de seus elementos: são as alterações específicas. Outras vezes trazem-lhe variações aumentativas ou diminutivas; são as alterações quantitativas, que modificam o patrimônio líquido da entidade.

Os fatos contábeis estão classificados em três grupos: permutativos, modificativos e mistos ou composto.

Fatos permutativos

São os que trazem variações do ponto de vista específico, sem alterar a situação líquida do patrimônio.

Assim, podem ocorrer permutações entre componentes do ativo ou do passivo, ou, ainda, compensações entre componentes do ativo e do passivo, sem reduzir ou aumentar a situação líquida.

Como exemplo de permutação de componentes do ativo, temos o recebimento de duplicatas. Por esta operação há redução do ativo, mais precisamente do sub-grupo créditos, por que desaparece o crédito a receber ou o valor do título, mas ao mesmo tempo ocorre aumento do ativo influenciado pelo aumento das disponibilidades, pela entrada do dinheiro em caixa. Não há, portanto, alteração na situação líquida do patrimônio, ou seja, no PL, mas apenas permutação de seus elementos constitutivos, pois a saída de um fato foi compensada pela entrada de outro fato de igual valor.

Exemplos de permuta:

a) Compra de mercadorias ou matérias-primas a prazo, que envolve a conta estoques e fornecedores, desta forma eleva o total do ativo e na mesma proporção o passivo não havendo modificações no PL, portanto, houve uma permutação tanto no Ativo quanto no Passivo.
     Lançto.: D: Ativo Circulante / Estoques
                   C: Passivo Circulante / Fornecedores

b) A empresa financia a compra acima em um determinado banco, passando a dívida do então, fornecedor, para o Banco dos Doleiros, assim, os saldos das contas do Passivo sofrem alterações e não provocam variações do PL, então ocorreu uma permuta.
     Lançto.: D: Passivo Circulante / Fornecedores
                   C: Passivo Circulante / Empréstimos ou Financiamentos Bancários

Note que a compensação entre elementos ativos e passivos pode trazer aumento nessas duas partes do patrimônio, ou a diminuição em ambas, não alterando a situação líquida do patrimônio (PL).

Finalmente, percebemos que os fatos permutativos podem provocar aumento ou redução no total do ativo ou passivo, mesmo em operações de compras de mercadorias, porque esses fatos somente provocarão alterações no Patrimônio, ou seja, gerarão lucros ou prejuízos, quando as mercadorias forem vendidas, momento em que ocorrerá os fatos modificativos.

Fatos modificativos

São os que produzem alterações na situação líquida do patrimônio, diminuindo-a ou aumentando-a.

Há diminuição na situação líquida quando um bem é consumido ou quando ocorrerem gastos decorrentes da atividade econômica, e necessários para alcançar os fins da empresa. Assim, quando se paga empregados, aluguéis do prédio, impostos, além de inúmeros outros gastos pagos ou provisionados que provocam a diminuição no patrimônio líquido e não forem recuperados.

O aumento do patrimônio líquido, dá-se pela receita, ou seja, pelo recebimento de importâncias por serviços prestados, por juros de capitais empregados, por descontos obtidos com pagamentos antecipados, além de receitas secundárias. As variações patrimoniais positivas nas empresas mercantis e industriais, são provocadas pelas vendas de mercadorias e de produtos respectivamente e que por suas características e forma de escrituração podem ser fatos mistos.

Os fatos modificativos podem ser aumentativos ou diminutivos:

Fatos modificativos diminutivos

Estes fatos reduzem o valor do Patrimônio provocado pela saída de dinheiro, ou de bens do Ativo e ou o aumento de dívidas que está representada no Passivo, a contratação e a provisão de gastos que serão representadas por despesas ou custos. Portanto, há uma redução nos lucros ou o aumento dos prejuízos que reduzem o valor do Patrimônio Liquido.

Exemplos de modificação diminutiva:
     a) Pagamento de alugueis do prédio
          Lançto.: D: RE / Despesas Operacionais / Alugueis
                        C: AC / Disponibilidades / Caixa ou Bancos
     b) Apropriação de juros sobre financiamentos ou empréstimos bancários.
          Lançto.: D: RE / Despesas Financeiras / Juros Passivos ou Juros s/ Financiamentos
                        C: Passivo Circulante / Empréstimos ou Financiamentos Bancários
     c) Provisão de Impostos e Encargos diversos como PIS/Faturamento.
          Lançto.: D: RE / Deduções das Receitas / PIS/Faturamento
                        C: Passivo Circulante / Impostos e Encargos Sociais a Recolher

Fatos modificativos aumentativos

Ao contrário do caso anterior, estes aumentam o Patrimônio de forma definitiva provocado pela entrada de dinheiro, aumento dos créditos originados pelas receitas com juros sobre recebimentos em atraso e desconto obtidos.

Exemplos de modificação aumentativa:
     a) Recebimento e ou apropriação de Juros sobre Duplicatas de Clientes em atraso.
          Lançto.: D: AC/Disponibilidades/Caixa ou AC/Clientes
                        C: RE Receitas Financeiras / Juros Ativos ou Juros sobre DR
     b) Descontos obtidos no pagamento de contas ou duplicatas a fornecedores.
          Lançto.: D: PC / Fornecedores
                        C: RE / Receitas Financeira/Descontos Obtidos

Fatos mistos ou compostos

São os que conjugam a permutação com modificação de valores na situação liquida do patrimônio, podendo estes fatos serem desdobrados em fatos permutativos e modificativos. Eles podem trazer ao mesmo tempo modificações nos elementos do Ativo ou do Passivo e variações no Patrimônio Líquido.

Podemos exemplificar o fato misto com a venda de mercadorias ou produtos, em que uma empresa comercial normalmente pratica as vendas de mercadorias com uma margem que podemos chamar de lucros, e o valor praticado da venda da mercadoria é R$120,00, que foi comprada por R$100,00, então este fato provoca a permutação ocorrida pela entrada do valor recebido correspondente ao valor pago pela mercadoria R$100,00 e a modificação pela entrada de R$ 20,00 correspondente a margem (lucro) sobre a mercadoria vendida.

Exemplificamos fatos que modificam e permutam o total do patrimônio:
     a) Venda de mercadorias considerando o envolvimento em todos os elementos do patrimônio e aspectos.
          A venda (neste momento permutativo)........... R$ 120,00
               Lançto.: D: AC/Disponibilidades/Caixa ou AC/Clientes
                             C: RE Receitas/Vendas de Mercadorias
          A apropriação dos custos – CMV – CPV – CSP (fato permutativo) .......... R$ 100,00
               Lançto.: D: RE/Custos / CMV – CPV – CSP1
                             C: AC/Estoques/Estoques de Mercadorias
          O lançamento da margem ou do lucro (fato modificativo) ................. R$ 20,00
               Lançto.: D: RE/Lucros do Exercício
                             C: PL / Lucros ou Prejuízos Acumulados
     b) Recebimento de Duplicatas com concessão de descontos ao cliente. Valor da
          Duplicata a Receber R$ 100,00, desconto concedido R$ 10,00:
               Lançamento pelo recebimento líquido de R$ 90,00, fato permutativo,
                    Lançto.: D: AC/Disponibilidades/Caixa
                                  C: AC/Crédito / Duplicatas a Receber
               Lançamento pelo desconto concedido de R$ 10,00, fato modificativo,
                    Lançto.: D: RE/Despesas Operacionais/Comerciais
                                  C: AC/Crédito / Duplicatas a Receber

Exemplo

EMPRESA DELTA W COMÉRCIO ATACADISTA LTDA.
CNPJ n.º 72.059.629/0001-18                               Inscrição Estadual n.º 90144739-01

SALDO DAS CONTAS PATRIMONIAIS em 31/12/2007


PEDE-SE:
     1) Identificar as contas de acordo com a classificação usando as siglas;
     2) Estruturar o Balanço em 31/12/2007.

---------------------------------------------------
CMV = Custos das Mercadorias Vendidas
CPV = Custos dos Produtos Vendidos
CSP = Custos dos Serviços Prestados

Equação fundamental do patrimônio

A representação quantitativa do patrimônio de uma empresa é conhecida no meio contábil pela expressão Balanço Patrimonial. Mas afinal o que é o patrimônio?

Patrimônio

É o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma entidade.

Sob o aspecto contábil, o patrimônio está dividido em duas partes: uma positiva chamada Ativo; e uma negativa chamada Passivo.

A diferença entre o Ativo (+) e o Passivo (-) chama-se Patrimônio Líquido, que aparece vinculado ao Passivo. Lembre-se que é necessário haver uma igualdade entre o Ativo e o Passivo, o que é denominado de Equação Fundamental do Patrimônio ou Equação Patrimonial.

Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido


Ativo = Passivo

No entanto, o estado patrimonial poderá apresentar-se de diferentes maneiras na Equação Patrimonial:

a) Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido

Isto, reflete uma situação de normalidade da empresa, uma vez que o conjunto de bens e direitos supera as obrigações.

b) Ativo = Patrimônio Líquido → Passivo = 0 (zero)

Implica na inexistência de obrigações para com terceiros, como geralmente ocorre na abertura da empresa. Nesse caso o passivo será igual a zero.

c) Ativo = Passivo → Patrimônio Líquido = 0 (zero)

Reflete a inexistência de capital próprio, o que significa que o ativo da empresa foi todo financiado com recursos de terceiros. Constitui um estado de alerta, pois a empresa atravessa por dificuldades financeiras, visto que determinados bens do ativo, como por exemplo, o imobilizado, não possui liquidez imediata além de não se destinar a revenda para saldar os compromissos assumidos. Diz-se que nesse caso o empreendimento está literalmente na corda bamba.

d) Ativo + Patrimônio Líquido = Passivo

Nessa hipótese a empresa se encontra em estado de insolvência, com um patrimônio líquido negativo, tornando-se indispensável a eliminação do Déficit aumentando o Patrimônio Líquido com a injeção de capital por parte dos seus proprietários. É uma situação conhecida no meio contábil como Passivo a Descoberto.